Moto Na Veia - Tudo sobre o mundo das duas rodas

Viajar de moto é incrível, não é mesmo?! Contemplar a natureza, o sentimento de liberdade, conhecer lugares novos e infinitas sensações que só sabe quem vive aquele momento. E sabemos que uma viagem longa exige mais cautela em questão de conforto e o bom desempenho de uma moto.

Imagina uma expedição do Brasil ao Chile, especificamente ao Deserto do Atacama!? De pronto muitas pessoas jamais optariam em ir de moto, seria ‘loucura’, mas imagina fazer essa expedição em uma moto de baixo desempenho e 125cc, em outras palavras: em uma Honda Biz! Doido é doido! Pois é, os paraibanos, Alex e Rossandro, fizeram essa loucura e provaram para muita gente que é possível sim viajar em moto de baixa cilindrada. Continua conosco que vamos te contar mais sobre essa incrível viagem.

Sobre a expedição ao Atacama

A viagem não foi uma viagem qualquer, inclusive foi bem significativa, o Alex Rocha (@alexrocha_03) queria comemorar seus 50 anos de idade fazendo uma viagem de 50 dias, e para isso convidou seu amigo, Rossandro Oliveira (@rossandro_oliveira), para embarcar nessa aventura de expedição ao Deserto do Atacama juntamente com ele, e é claro que o Rossandro aceitou.

O Alex e o Rossandro são paraibanos de Campina Grande, a expedição começou indo da Paraíba ao Foz do Iguaçu de avião, ao chegar lá compraram duas Honda Biz e organizaram a largada para a expedição. O trajeto da viagem foi:

Atravessar a Argentina até o Deserto do Atacama, voltar pelo Rio Grande do Sul, subir a Serra do Rio do Rastro – SC, ir por Curitiba – PR, Campos do Jordão – SP, Angra/Búzios – RJ, Ibiruçu – ES, Porto Seguro – BA, e finalmente chegar em casa, Campina Grande – PB.

E foi assim, com a coragem e muita fé que fizeram mais de 15mil quilômetros até a volta para casa, antes da viagem o Alex e o Rossandro fizeram diversos testes técnicos para a grande expedição, andaram mais de 1000km em um único dia, testaram as motos em diferentes superfícies, e mesmo possuindo uma V-Strom de 1000cc o Alex optou pela Biz para atravessar a Cordilheira dos Andes, com temperatura de -20ºC e sensação térmica de -30ºC, você teria coragem?

Momento em que os aventureiros estão a mais de 5400m de altitude

Pois bem o Alex deixou claro que sempre foi aventureiro, inclusive já rodou 22 estados brasileiros, e em 2011 foi de XRE até o Peru, além do mais já veio de São Paulo até Campina Grande trazendo a esposa como garupa, corajosa! E as aventuras não param por aí, no ano de 2024 ele planeja mais uma expedição, ir ao Lima, no Paraguai, e atravessar todo o país, detalhe: de Biz!

Deste modo a expedição foi um sucesso e o Alex Rocha comemorou, com a parceria do seu amigo Rossandro Oliveira, seu aniversário como desejou e da melhor forma, viajando.

Algumas curiosidades sobre a Expedição ao Atacama

E obviamente que a nós queremos saber dos viajantes algumas curiosidades sobre como foi essa ‘loucura’, e o Alex contou tudo para a gente:

Alex, como foi a experiência de fazer essa expedição?

Foi uma experiência única, incrível pela cc da motinha, mas foi a realização de um sonho, e realização de sonhos não tem preço! Foi uma aventura, como assim denomino, uma experiência de bastante aprendizado praticamente em todas as áreas, cultural, social, gastronômica, idiomas, assim que os países sul-americanos falam espanhol mas têm suas gírias e sotaques únicos de cada país e estado. Um crescimento constante em acreditar cada vez mais que a vida é maravilhosa e quando se acredita em Deus tudo é possível, a gente volta de uma viajem dessas uma outra pessoa, acredito que um ser melhor..

Qual foi a maior dificuldade que encontraram durante o percurso?

Maior dificuldade foi andar pela Cordilheira dos Andes com temperaturas de -20ºC, sendo que a motinha não passava de 30km/h, então sofremos muito com o frio porque trechos de 100 km demorávamos mais de 4h para realizar, sendo que moramos na Paraíba, e a temperatura em Campina Grande não baixa de 17ºC, fora isso foi tranquilo apesar do sono nas retas intermináveis.

Como está sendo lidar com o reconhecimento dessa viagem?

Reconhecimento está sendo tranquilo, tento responder todos na medida do possível, muitas perguntas sobre tudo, desde o que levar, quanto gasta, como é, o que precisa para entrar em cada país, como são as pessoas, comidas. E por ai vai outras dezenas de coisas mais.

Quais as expectativas para a expedição de 2024?

2024, um novo sonho que já está sendo plantado em minha mente, uma nova aventura por um local bem mais inóspito que o Deserto do Atacama, mas para mim é como fosse o combustível necessário para alimentar minha alma. Para uma viajem assim é preciso muita organização, preparação psicológica, física e financeira também, já que não podemos contar com ajuda de ninguém. Essas viajens dão uma visibilidade para toda a vida, mas não temos apoio de ‘seu’ ninguém. O marketing somos nós mesmos e nossos sonhos que nos conduzem à felicidade, assim como defino: viajar de moto, é ser FELIZ!!

Qual mensagem você deixaria para as pessoas que veem a expedição de vocês como algo incrível mas não tem a coragem de fazer algo parecido?

Sempre falo para todos que conversam comigo, e que tem o desejo de realizar esse sonho, que o princípio de tudo se chama Deus, o acreditar em Deus move os sonhos, depois trabalhe, foque, nunca gastem mais do que ganha, e junte, nem que seja pouco, mas junte, que um dia os sonhos vão se tornar realidade. Qual seja seu sonho, ACREDITEM em Deus. O SUCESSO É SER FELIZ. A vida é maravilhosa seja uma pessoa honesta, humilde, que tudo será mais fácil e um dia você conseguirá seus sonhos.

Considerações finais da Autora

Primeiramente gostaria de agradecer, em nome toda a equipe Motonismo, ao Alex e ao Rossandro por nos permitir fazer essa matéria e nos conceder essa incrível entrevista. É uma satisfação enorme para mim evidenciar para outras pessoas, através dessa dupla de aventureiros, a grandiosidade que é concretizar um sonho que embora possa parecer loucura, mas para muitos é literalmente um sonho.

São experiências que não têm preço, têm valor! E pessoas como o Alex e o Rossandro nos mostram que para alcançar aquilo que tanto almejamos não precisamos de muito, mas do essencial: fé, humildade e muita paciência, pois um dia chegaremos até lá! E gostaria de adiantar que a expedição de 2024 eu faço questão de trazer todos os detalhes aqui também! ;D desejo que essa incrível dupla tenha um enorme reconhecimento pois merecem todo o mérito que os forem dado. Reiterando, Alex e Rossandro, a equipe Motonismo é imensamente agraciada por poder contar a aventura de vocês. – Erika Barros